Os
números das vendas do comércio varejista potiguar em julho, divulgados nesta
quinta-feira, 12, pelo IBGE, superaram as projeções mais otimistas da
Fecomércio RN. Segundo o instituto, as vendas do Varejo Ampliado no estado
cresceram, no sétimo mês do ano, nada menos que 10% sobre o mesmo mês do ano
passado, que também havia registrado uma alta considerável (9,4%) sobre 2011.
O Rio Grande do Norte ficou atrás apenas de Mato Grosso do Sul (alta de
15,7%) e Paraíba (incremento de 13,8%). No Brasil, a alta do Varejo Ampliado
foi de 3,7%.
Vale
ressaltar que diversos economistas e consultorias econômicas ouvidas por
publicações nacionais e especializadas (como é o caso do jornal Valor
Econômico) apontavam alta de, no máximo, 0,8% para o varejo nacional. No caso
do Rio Grande do Norte, informações do próprio IBGE davam conta de que julho
marcaria o início do ciclo de crescimentos menores nas vendas do estado
interrompendo uma sequência de altas bem maiores verificada em quase todo o
primeiro semestre (com exceção de junho, ver quadro).
A
expectativa destes percentuais menores de crescimento residia, sobretudo, no
fato de que a base de comparação do segundo semestre deste ano em relação ao
mesmo período de 2012 é alta. Mas, não foi o que aconteceu.
Nacionalmente,
o IBGE tomou como base da explicação dos números surpreendentes o programa
Minha Casa Melhor, do Governo Federal, já que o setor de Móveis e
Eletrodomésticos foi o que mais elevou suas vendas no mês (11%). Mas,
economistas e especialistas torcem o nariz para esta explicação. Segundo os
números oficiais, o Minha Casa Melhor aplicou, de 12 de junho até o início de
setembro, R$ 1 bilhão, garantindo créditos de até R$ 5 mil por família para
aquisição de móveis e eletrodomésticos. Para se ter uma ideia, este valor
representa apenas cerca de 5% do faturamento de um ano do Rio Grande do Norte
(que é de R$ bilhões). No Brasil, o comércio varejista fatura cerca de R$ 200
bilhões por mês.
“Ficamos
surpresos com os números. Tudo indicava, e até o próprio IBGE reconhecia, que
deveria haver uma desacelração neste crescimento agora no segundo semestre. Na
busca por explicações eu enxergo o fato de que a massa salarial paga no Rio
Grande do Norte cresceu 3,2% em julho, segundo dados do Caged, ao passo que no
Brasil este número foi zero, ou seja, ficou estagnado. Além disso, vimos
observando alguns poucos investimentos públicos, notadamente das prefeituras.
Mas temos diversos fatores que apontam para um quadro de vendas crescendo
menos, ou até mesmo se retraindo. Os níveis de inadimplência e endividamento
estão se posicionando entre estáveis e maiores; estamos gerando menos empregos
e o turismo, que é uma de nossas principais atividades econômicas vive uma
grande crise”, diz o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz.
Com informações da Fecomércio
Foto: Divulgação
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