segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Jornalismo impresso ainda “respira” em cidades grandes


Cefas Carvalho

Em viagem recente ao Rio de Janeiro tive uma grata surpresa: pelo menos na chamada Cidade Maravilhosa, o jornal impresso parece longe de chegar ao fim.
A surpresa começou logo no primeiro dia. Bebericando um chope em um bar no Largo do Machado por volta das 22h, precisava colocar crédito no celular. Perguntei ao garçom que horas à banca de jornais (também conhecida como “cigarreira” em cidades do Nordeste, como Natal) fechava. “Ela não fecha. Funciona 24 horas”, respondeu. Foi quando percebi o número de pessoas, principalmente idosos folheando revistas e jornais.
Nos dias seguintes a situação se repetiu. E mais: cada bairro tem seu jornalzinho da área, distribuído gratuitamente ou vendido a preços simbólicos (entre cinquenta e oitenta centavos).
Quando fui a São Paulo há dois anos, havia percebido a mesma coisa. Nos grandes centros, o impresso parece ter uma sobrevida, o que é irônico, pois são justamente locais onde as pessoas tem mais tecnologia e andam mais apressadas, o que, em tese, as levaria mais intensamente para internet e celulares.
E em Natal e no Rio Grande do Norte o impresso como está?  É certo que não respira por aparelhos, longe disso, mas, também não goza de boa saúde, vide fechamento de jornais fortes como o Diário de Natal.
Uma saída talvez seja a segmentação. Revistas de sucesso absoluto como a Deguste, sobre gastronomia, mostram isso.
Talvez seguir a tendência carioca. Nós aqui no PN já editamos o jornalzinho Nova Parnamirim, sobre o bairro que mais cresce no Estado, com amplo sucesso.
O fato é que os impressos sobreviverão, de uma forma ou de outra. Claro que a praticidade de se ler notícias no celular é evidente. Mas, convenhamos, os impressos não descarregam a bateria, não é mesmo?