quinta-feira, 28 de março de 2013

"Pobres de marré" em cena no Barracão Clowns

Cefas Carvalho

Dasdô e Maria são moradoras de rua que dividem o tempo entre procurar o que comer, se alimentar de ilusões e driblar as adversidades da vida. Comédia dramática de forte crítica social, Pobres de Marré já fez história no cenário teatral recente em Natal e volta a cena nesta quinta 28 e sexta 29, às20h, no Barracão Clowns como espécie de celebração, pois o espetáculo vai participar, em julho, do prestigiado Festival de Teatro de Curitiba, o maior do país.
Escrito e dirigido por Henrique Fontes, a peça é protagonizada por Quitéria Kelly e Alessandra Augusta (que substituiu Titina Medeiros, a Maria da montagem inicial de 2007) voltam ao palco para interpretar Maria e Dasdô. O currículo da peça já é extenso: De 2007 pra cá já foram mais de 60 apresentações e um público superior a 15 mil espectadores. Além de percorrer 18 cidades do Nordeste, a história de Maria e Dasdô também foi encenada na França. A peça participou de vários festivais, entre eles, o Natal Fest em Cena, o XIV Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga (2º lugar júri popular), o II Festival BNB de Artes Cênicas 2008, a III Semana de Teatro no Maranhão, 3X Teatro, 8ª Festa da Renascença Pernambuco Nação Cultural, Projeto Ato Compacto BNB 2009 CE e PB, Festival Agosto de Teatro e Festivel de Internationale de Rue de Aurillac - França.

Foto: Divulgação

quarta-feira, 27 de março de 2013

Henrique tentará na terça dia 2 convencer Feliciano a renunciar à comissão de Direitos Humanos.


Sem alternativas regimentais para substituir o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM), o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e os líderes partidários, decidiram convidar o deputado para se reunir com o Colégio de Líderes, na próxima terça-feira (2). A intenção é convencê-lo de que a sua permanência no comando da comissão é inviável e insustentável.

Depois de convocação do presidente da Casa, os líderes se reuniram por cerca de três horas para tentar mostrar ao líder do PSC, deputado André Moura (SE), e demais apoiadores de Feliciano, que a polêmica na CDHM está prejudicando não apenas o colegiado – que não tem conseguido promover reuniões – mas também a imagem do Parlamento.

“Aquele clima de radicalismo lá instalado, vindo de A, B ou C, não pode continuar. A comissão tem que se reunir, ter um quórum qualificado, tomar decisões, e a cada semana isso não está ocorrendo. Isso atinge a Casa e a instituição como um todo. É dever dele como presidente e dos partidos que lá têm seus representantes cuidarem para que isso volte a ocorrer”, disse Henrique Alves.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Oposição em Parnamirim? Que oposição?


Cefas Carvalho



A democracia é caracterizada pela divergência de idéias, o que gera a Situação (quem está no poder político-administrativo) e Oposição (quem não concorda com as idéias e ações de quem está no poder). Portanto, é de praxe dos regimes a existência dessas duas esferas, que rivalizam e lutam pela simpatia do cidadão-eleitor.

Contudo, Parnamirim vive atualmente uma situação sui generis. Politicamente não existe – na prática, claro – oposição no município à administração municipal.

Explica-se: em outubro do ano passado, o prefeito Maurício Marques (PDT) derrotou – pela 2ª vez consecutiva – o deputado Gilson Moura (PV). Ao contrário da eleição de 2008, quando a disputa foi acirrada, em 2012, Maurício abriu 13.519 votos de diferença (43.602 contra 30.903).

Possivelmente abatido com a derrota e filiado a um partido em rota de desgaste no Estado (graças à desastrosa gestão Micarla de Sousa, em Natal), Gilson - a exemplo do que também fez em 2009 – “mergulhou” em 2013.

Considerado por analistas e por políticos como um oposicionista que não faz oposição, Gilson “sumiu” de Parnamirim, mantém poucos contatos com as bases que o apoiaram, não se pronuncia sobre a gestão atual e sobre Maurício na Assembléia Legislativa – fórum político onde tem voz.

O vice-prefeito na gestão Maurício anterior, Epifânio Bezerra, que rompeu com o prefeito para tornar-se candidato a vice na chapa de Gilson, poderia ser o nome da oposição, mas parece não ser vocacionado para isso. Além do mais, conhecido pelos modos elegantes e discrição política, não tem o destempero necessário para o barulho que uma oposição precisa fazer.

Registre-se que na eleição, também concorreu o professor Tita Holanda (PSOL) que teve 3.940 votos, e que, na prática, com uma postura silenciosa e sem espaço político, não consegue ter uma ação oposicionista.

A falta de líderes na oposição relete na Câmara Municipal. Dos 18 vereadores eleitos, apenas 3 o foram pela oposição: Kátia Pires (DEM), Gildásio Figueiredo (PSDB) e Clênio Santos (PV). Porém, tudo indica que, “órfãos” de lideranças políticas de oposição, os vereadores percebam que migrar para a situação pode ser a melhor saída.



GILDÁSIO E KÁTIA

Embora não tenha oficializado nada e até as sessões  da semana passada ele continue na Oposição, Gildásio tem seu nome especulado como possível “migrante” para a situação. Gildásio foi a principal voz oposicionista na Câmara no governo passado e pode ter se cansado de “dar murro em ponta de prego”.

A situação de Kátia é mais delicada. Aliada de Maurício Marques nos primeiros três anos de governo, rumou para a oposição no ano de eleição. Mas, pode sentir na pele os efeitos do “sumiço” de Gilson, a quem apoiou, do cenário político de Parnamirim.

“Realmente é dificil para um vereador fazer oposição como uma voz solitária, sem um líder para o respaldar”, comentou um vereador situacionista.

Neste quadro, quem sai ganhando é o prefeito Maurício Marques, que, movendo poucas peças do tabuleiro do xadrez político, observa algo que é sonho de muitos políticos: administrar sem oposição.

Petistas estranham voto de Rosalba em Dilma


Cefas Carvalho

                

Causou frisson e estranheza no mundo político potiguar a declaração da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) de que votará na presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2014. Afinal, o DEM da Rosa é aliado histórico do PSDB, que deverá ter candidato a presidente (Aécio Neves é o favorito) e ambos são adversários do PT e do Governo Federal. Para o vereador por Natal Hugo Manso,  "o voto é pessoal e secreto, se ela votar em Dilma, ótimo. O que não queremos é o DEM perto de nosso Governo ou de nossa campanha. O fato é que esta declaração é um gesto de desespero de quem não sabe o que fazer. Poderia ajudar o RN renunciando..."

Já José Amorim, do PT de Parnamirim, disse que “se Rosalba vota em Dilma é porque faz parte dos 72% que aprovam seu governo. Não me agrada aliança com Rosalba e o DEM, mas se a governadora deseja, que vote em Dilma”.

Foto: Riane Brito.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Os evangélicos modernos e “Teologia do ódio”


Cefas Carvalho

Jesus é amor. Amai o próximo. Oferecer a outra face quando agredido. Esqueça tudo isso. A moda agora entre os evengélicos modernos (aqueles que invadiram as redes sociais e que acreditam na pregação on line) é a “Teologia do ódio”. Após os excessos da “Teologia da prosperidade” (termo criado pelos próprios evangélicos), tão utilizada por telepastores como R.R. Soares, Valdemiro Santiago, Edir Macedo e Silas Malafaia (todos milionários, segundo a revista Forbes e as evidências), o que se vê agora é um movimento de evengélicos que colocam em primeiro lugar o confronto, e em seguida –se tiver tempo e espaço – a pregação da palavra de deus.
Só assim para explicar o comportamento de evangélicos nas redes sociais e na internet em geral. Em debates pelo Facebook e Twitter sobram palavras grosseiras para se referir aos homossexuais – alvos maiores dos evangélicos modernos - : “Viados”, “bibas”, são os prefeiros. Também abundam pragas: “Vão apodrecer no inferno”. “Que colham o mal que plantam com suas abominações”.
O mais curioso é que muitas destas agressões são feitas por evangélicos em páginas do Facebook, portais e sites de movimentos específicos ou de estudos, como por exemplo, sobre o ateísmo. Ou seja, o cidadão evangélico entra em um lugar onde se discute ateísmo, direitos dos homossexuais ou religião afro para criticar a postura de quem está lá e detilar rancor e agressões verbais. Imaginemos que homossexuais, ateus e praticantes de cultos afros entrassem em páginas de Igrejas Pentecostais ou Batistas com o intuito de dizer que quem está ali não vale nada e merece repúdio.
Em meio a tantos debates nas redes sociais sobre o que parece configurar uma btalha ideológica entre evengélicos e militantes pelos direitos dos homossexuais, leio de tudo, excessos, contemporizações, bom senso, agressões, ironias, palavrões. Mas, duas coisas me parecem claras: 1) Homossexuais não tentam impedir evangélicos de entrarem em igrejas, de orar, de crer em deus. Mas, evangélicos tentam impedir direitos dos homossexuais; 2) Nesta espécie de cruzada contra os homossexuais, os evengélicos recorrem à ironia, ataques, montagens, falsidades, enfim, ódio, como o pregado pelo telepastor Silas Malafaia, que parece falar menos de deus e Jesus do que externar seu horror pela homossexualidade.  Resta saber se a “Teologia do ódio” é uma ideologia gerada pelos tempos atuais ou se é algo premetitado e bem articulado porque, afinal, gera dinheiro e poder.