sábado, 30 de novembro de 2013

Pratodomundo: Festival Gastronômico do beco da Lama encerra hoje, dia 30, com oficinas e shows

Acontece neste sábado dia 30 a terceira e última rodada desta edição do Pratodomundo – Festival Gastronômico do Beco da Lama, realizado pelo 10° ano consecutivo através da SAMBA (Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências).
O 10° Pratodomundo – Festival Gastronômieico do Beco da Lama está acontecendo em Natal durante os sábados de novembro, com muita música onde os bares e botecos apresentam os seus melhores petiscos, especialmente preparados para o Festival.
Todos os pratos concorrentes são servidos ao público ao preço de R$ 10,00. Três jurados (chefs de cozinha) percorrem os estabelecimentos para escolher o Pratodomundo, que que estão concorrendo aos prêmios de R$ 800, R$ 500 e R$ 300, o primeiro, segundo e terceiro lugar, respectivamente.
Em qualquer boteco, espelunca, bar ou restaurante do Beco da Lama, o freguês vai encontrar os pratos do Festival que são feitos com o tema “culinária do sertão”, sob a consultoria do chef Alexandre Gurgel que está fazendo oficinas de gastronomia durante os sábados.
No primeiro dia, ele fez um baião de dois com linguiça do sertão, sábado passado preparou um “descarado” de carne de sol com macaxeira. Hoje, o chef promete faze uma paçoca de carne de charque na manteiga do sertão. As oficinas começam por volta das 17 horas, próximo aos palcos de shows.
No dia 30, será o último dia do evento, apresentando a Orquestra Boca Seca e o cantor potiguar Geraldinho Carvalho, que vem direto de Brasília para encerrar o cantando baladas potiguares. O palco será em frente ao Bar do Nélio (Rua Vigário Bartolomeu), ao lado da Prefeitura.


Botecos e petiscos
Os estabelecimentos que estão participando são: Bar do Nélio, Bar Inverno & Verão, Bar de Nazaré, Bar de Zé Reiera, Bar Encontro dos Boêmios, Bar do Coelho, Bar UTI do Caldo, Bar A Toca, e Bar do Naldo.
Segundo o chef, todos os participantes tem que servir iguarias com carne de sol, charque, linguiça do sertão, carneiro, macaxeira, jerimum, feijão verde, cebola roxa, nata, manteiga da terra, queijo coalho, entre outras delícias. “A gente procurou enfatizar ao máximo os ingredientes regionais. É uma questão de manter a nossa identidade cultural”, explica Alexandre.


Serviço
10° Pratodomundo – Festival Gastronômico do Beco da Lama
Show de Geraldinho Carvalho e Orquestra Boca Seca
Local | Bar do Nélio (ao lado da Prefeitura de Natal)
Horário | A partir das 17 horas
Entrada Franca




Informaçôes e foto: Alex Gurgel

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Som da Mata fará no domingo tributo ao músico Manoca Barreto

No próximo domingo, 1º de dezembro, às 16h30, o projeto Som da Mata cede o seu palco no Parque das Dunas para celebrar a vida e a obra de Manoca, que nos deixou precocemente na última segunda-feira. A entrada no bosque custa apenas R$1,00.
No dia 6 de julho de 2006 estreou o projeto Som da Mata e o primeiro artista a ocupar o seu palco mostrando o seu trabalho de música instrumental foi Manoca Barreto. O "Mestre", como muitos o conheciam, voltou várias vezes, seja com o seu trabalho solo ou abrilhantando as apresentações de amigos com seu virtuosismo e presença marcante.
Roberto Taufic e Jubileu Filho,  guitarristas que tiveram um contato muito especial com o homenageado durante sua trajetória foram os escolhidos para comandar esse tributo, que conta com a adesão de instrumentistas que desfrutaram de seu convívio como os baixistas Airton Guimarães, Erick Firmino, Junior Primata e Paulo de Oliveira, os bateristas Cleber Campos, Darlan Marley, Sílvio Franco e Rogério Pitomba, além dos parceiros e amigos Walid, Jow Ferreira, Antônio de Pádua, Gilberto Cabral, Anderson Pessoa e Joca Costa.
No repertório, músicas autorais de Manoca e standards de jazz e música popular brasileira que ele tanto gostava. O cachê que seria pago aos músicos será revertido para o projeto de inclusão social Ilha de Música, da comunidade África, na Redinha, onde o mestre distribuía generosamente seus conhecimentos. O Som da Mata acontece graças à renúncia fiscal da Prefeitura através da Lei Djalma Maranhão e do aporte financeiro do Projeto Unimed Cultural, além do apoio do Governo do Estado e do IDEMA através da cessão do Anfiteatro Pau-brasil onde acontece o evento.


Show: Tributo a Manoca Barreto
 Dia: 1º de dezembro (domingo)
Hora: 16h30 Local:
Anfiteatro Pau-brasil - Parque das Dunas

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Parnamirim é uma das 100 cidades mais sustentáveis do Brasil


Parnamirim foi escolhida pela Associação Nacional de Prefeitos e Vices (ANPV) como uma das 100 cidades mais sustentáveis do Brasil em 2013. Para a escolha, a organização leva em conta o desenvolvimento de projetos que contribuem para o crescimento econômico e social do município e para a melhoria efetiva das condições de vida da população.
A entrega da premiação foi na próxima quarta, 27, no auditório do Senado Federal em Brasília (DF). O secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Rogério Santiago, recebeu o prêmio representando o prefeito Maurício Marques.
O secretário ressaltou que a cidade tem experimentado nos últimos anos um crescimento acelerado, mas sem descuidar do planejamento e da preocupação com a sustentabilidade. 
“Parnamirim cresce rápido, em todas as áreas, atraindo as pessoas pela qualidade de vida que oferece à população. Para dar conta dessa da demanda que acompanha esse crescimento populacional, urbano e econômico, o município tem se preocupado principalmente com a melhoria da sua infraestrutura”, comentou. 
A ANPV selecionou, inicialmente, 500 cidades. Dessas, 100 foram escolhidas em função dos seus projetos de sustentabilidade. Os critérios avaliados foram educação ambiental, valorização do meio ambiente e estudos de combate às drogas no âmbito municipal.
Para chegar aos municípios escolhidos foram usados dados de estudos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  Além disso, a organização também se baseou em publicações de revistas especializadas em sustentabilidade.

Fonte: Assecom Parnamirim

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Violonista português se apresentará na UFRN nesta quinta dia 21

Nesta quinta-feira dia 21 (feriado em Natal), a 2ª Mostra de Violões da UFRN promove concerto com o violonista português Victor Castro às 19h no auditório Onofre lopes. A entrada é gratuita. Victor é guitarrista, arranjador e compositor. Nasceu em Angra do Heroísmo Açores (Portugal), formou-se em guitarra clássica pelo Conservatório Regional de Angra do Heroísmo, onde estudou com o açoriano Carlos Baptista Ávila, com os norte-americanos Steven Rings, Thimothy Jonhson, Miles D. Barford e Eddy Goldz e concluiu os estudos com Roberto Hugo(Uruguai). Em 1999, gravou o CD “Victor Castro interpreta”, no qual executa obras de consagrados compositores como Paulo Bellinatti, Mertz, Albéniz, Nikita Koshkin e Augustin Barrios. Em 2001 lançou o 2º CD intitulado “Tradição Livre”, mostrando arranjos que fez de música tradicional da Ilha Terceira (Açores) para o violão erudito. Victor já realizou concertos solo em Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Argentina e em vários estados do Brasil. Também, realizou trabalhos em Portugal com diversos músicos estrangeiros, tais como a violinista Evgenia Soltys (Rússia), o violoncelista Orest Grytsyouk (Ucrânia), o flautista Mikail Roussal (Ucrânia) e o 1º clarinetista da orquestra de Milão, o italiano Cristiane Latini.
Na sexta-feira, 22 de novembro, último dia da Mostra, após master classes, oficinas e palestras, os alunos participantes do encontro se apresentam às 17h30 no auditório Oriano de Almeida. Às 19h30, no auditório Onofre Lopes, será apresentado o concerto de encerramento da Mostra Internacional de Violão, em parceria com o SESC Partitura.
Toda a programação é gratuita.
Serviço:
21/11 – quinta-feira
19h – CONCERTO - Victor Castro (Açores- Portugal)
22/11 -  sexta-feira
17h30 – Concerto - Alunos participantes da Mostra de Violão/ SESC Partitura
19h30 - Concerto de encerramento. 
Confira a programação completa (palestras, workshops e master classes) no endereço http://mostraviolaoufrn.wordpress.com/programacao/

Foto: Divulgação

Prefeitura de Ceará-Mirim lança campanha de preservação do patrimônio público


A Prefeitura Municipal de Ceará-Mirim  pretende intensificar através da diretoria de Comunicação Social, a campanha publicitária educativa “Cuide do público, preserve o que é nosso, cidadania um dever de todos” durante a festa da padroeira do município, Nossa Senhora da Conceição. A comunicação, por meio de panfletagem, vai orientar os munícipes e visitantes a preservarem o patrimônio público da cidade. A campanha,  lançada em julho deste ano, objetiva criar na sociedade, uma cultura de zelo pelos bens públicos, patrimônio de todos.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Dilma veta integralmente projeto que criaria novos municípios

A presidenta Dilma Rousseff vetou integralmente o Projeto de Lei 98/2002 que criava, incorporava, fundia e desmembrava municípios. No despacho presidencial ao Congresso, publicado hoje em edição extra no Diário Oficial da União, Dilma diz que a proposta de lei devolvida ao Congresso contraria “o interesse público”. A matéria foi devolvida hoje ao presidente do Legislativo, Renan Calheiros (PMDB-AL) que terá que colocar o veto para a análise dos deputados e senadores.
Segundo o despacho presidencial, o Ministério da Fazenda ponderou que a medida expandiria “a expansão expressiva do número de municípios” o que acarretaria no aumento das despesas do Estado com a manutenção da estrutura administrativa e representativa. O ministério ponderou, ainda, que o crescimento de despesas não será acompanhado por receitas que permitam a cobertura dos novos
gastos, “o que impactará negativamente a sustentabilidade fiscal e a estabilidade macroeconômica”.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Henrique e seu sonho impossível: Todo mundo no mesmo palanque

Cefas Carvalho
 
Articulador político de primeira mão, o deputado federal - presidente da Câmara Federal - Henrique Eduardo Alves (PMDB) tenta construir uma chapa imbatível para 2014. Encabeçada pelo PMDB, claro.
O problema é que para esta chapa perfeita, Henrique estaria tentando o impossível: construir um palanque que reúna todas as grandes forças políticas do Estado. Não é preciso ser matemático para se chegar a conclusão de que não haverá espaço para todos.
Vejamos: em plano nacional, o PMDB dialoga com o PT, e há a indicação de que os partidos manterão o diálogo no RN. Nesse caso, Henrique veria com bons olhos Fátima Bezerra como candidata ao Senado.
Contudo, Henrique gostaria de ter o PSB de Wilma de Faria no chapão. Como a candidatura ao Governo seria do PMDB, restaria a Wilma justamente... a candidatura ao Senado. Há ainda o PR de João Maia, que poderia ser candidato a vice-governador. Ou ao Senado.
Mas, Henrique também sonha em aglutinar Robinson Faria (PSD), neste caso, apoiando a candidatura a reeleição de Fábio Faria, mas tendo que abrir espaço para Robinson.
De quebra, o presidente da Câmara tem boas relações com o PDT, liderado pelo tio Agnelo Alves e pelo primo prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, que poderiam entrar na composição.
E há quem acredite que Henrique não vai querer ter José Agripino Maia (DEM) como adversário. Portanto, tentaria de alguma forma apoiar o senador em seu único projeto para 2014: reeleger o filho federal Felipe Maia.
Em suma, Henrique sinaliza para a existência do acordo com o PT. E  também deixa em aberto a possibilidade de aliança com o PSB e com o DEM. E defende o PMDB das declarações recentes do vice-governador Robinson Faria (PSD), que classificou de “acordão” o fechamento de uma chapa que teria o ex-senador e ex-ministro Fernando Bezerra (PMDB) disputando o governo e a deputada federal Fátima Bezerra (PT) o Senado.

domingo, 10 de novembro de 2013

Caos no RN: A culpa é só de Rosalba?

Cefas Carvalho

A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) vem atingindo níveis altíssimos de desaprovação a seu governo. Governo que está parado, não tem obras nem estruturantes nem visíveis, que segundo os prefeitos, não dialoga. Um caos, enfim.
Tanto que o PR, do deputado federal João Maia, abandonou o barco governista na semana passada. Anteriormente o PMDB já tinha feito o mesmo. O próprio partido da Rosa, o DEM, se afasta.
Contudo, em meio a este desgoverno, ficam duas perguntas: 1) Quem estava até pouco tempo no governo não teria sua parcela de culpa no estado de coisas? 2) Quem a apoiou não pode ser responsabilizado pelo eleitor como parceiro no caos?
São perguntas cujas respostas virão em 2014, após o resultado das urnas. Porém, é possível hoje juntar as peças do quebra-cabeças.
Garibaldi, na propaganda política da TV do PMDB pós-rompimento, disse que "se erramos, sabemos reconhecer o erro", em uma indicação clara que, além de mea culpa, o ministro tenta impedir que o desgaste de Rosalba sobre para uma possível candidatura do PMDB.
O deputado federal João Maia, líder  do PR, reclamou, no recente rompimento, que "o governo Rosalba não dialoga".
O medo generalizado - como aconteceu em relação à ex-prefeita de Natal, Micarla de Sousa, que acabou o governo com 93% de desaprovação - é que quem tiver o nome associado a Rosalba pode se desgastar nas urnas.
Mas, pode-se trabalhar em 2014 justamente porque Rosalba não foi eleita sozinha. Os apoiadores dela que tentarem cargos eletivos terão trabalho - principalmente nas redes sociais - para apagar as fotos de campanha e nos palanques com a Rosa. Resta esperar para saber se o eleitor vai considerar que Rosalba Ciarlini criou o caos sozinha ou se quem a apoiou na campanha e deu sustentação a seu governo é cúmplice na situação caótica. As urnas responderão a esta inquietação.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Entrevista com Lívio Oliveira: “Os literatos potiguares têm que sair da cultura do coitadismo”

Procurador federal, escritor, poeta, militante cultural, Lívio Oliveira é isto tudo e um pouco mais. Autor de diversos livros publicados, ex-presidente da UBE-RN, ele esteve na redação do PN, onde conversou com os jornalistas José Pinto Junior e Cefas Carvalho sobre literatura, mercado editorial, poesia e cultura potiguar. Confira:

Lívio, fale sobre a sua última obra publicada?
Meu mais recente trabalho é o “Teorema da Feira”, esse livro de poesias que de uma certa forma eu considero meu trabalho mais maduro. Não só porque cronologicamente é o mais recente, mas porque envolve uma série de fatores do amadurecimento do poeta que eu acho que estão aqui refletidos. Uma poesia mais elaborada, mais cuidada. E eu acho que esse é o marco que eu devo seguir adiante, com um novo momento da minha poesia.

Sempre se comentou que no RN a cultura é muito difícil, mas também sempre se comentou que não havia música, mas vemos hoje muitos nomes estourando nacionalmente. Esse movimento que está acontecendo com a música tem chances de acontecer na literatura? Por que a literatura potiguar não ultrapassa fronteiras?
Acredito que o fato dessas pessoas fazerem sucesso atualmente, não signifique que antes já não havia um movimento na música. Eu acho que hoje em dia é onde nós somos mais fortes. Existia esse movimento, mas agora estão tendo a oportunidade de serem visualizadas em nível nacional. Existe, sim, uma preocupação com relação a nossa cena cultural, a implementação dos nossos valores, porque, de fato, a gente sabe que existe qualidade aqui. Tanto nas artes plásticas, quanto na música, quanto na literatura e em outras áreas. E o que acontece? A gente pensa que falta incentivo público, falta termos alguns patrocínios, mas eu acho que falta algo também no que diz respeito à própria movimentação interna dos artistas. Acho que, às vezes, principalmente na literatura, a gente não se une no sentido de valorizar o que é nosso. Está sempre naquela condição de escritor da terra ou escritor regional ou escritor local, expressões que muitas vezes não são felizes em decorrência daquilo que a gente sabe. Porque existe, sim, qualidade e muita gente aqui. Mas algo impede que haja um crescimento no sentido de alcançar outros lugares, ultrapassando os limites do RN. Eu acho que tem uma espécie de “coitadismo” aqui. Ceará e Paraíba dão exemplos fantásticos de como fazer as coisas, como levar os nomes daqueles artistas para outras terras. Pernambuco tem um orgulho, uma vaidade de serem artistas que produzem bem, com um olhar circular, um olhar abrangente.

Como está sendo a ação das entidades culturais, especialmente da UBE e da Academia?
Eu tenho conversado com as pessoas, alguns intelectuais. Eu acho que essas entidades precisam cada vez mais se abrir, deixar de ser conservadoras, para viver esse novo momento contemporâneo, que é rico, cheio de informações novas, de diálogos novos e essas entidades muitas vezes ficam nos próprios umbigos. São os 40 da Academia ou os associados da OBE, precisa haver um trabalho de conscientização e formação do público leitor do RN, avisando que nós existimos. Os escritores existem. As escolas precisam nos conhecer. A gente precisa ter espaço nos jornais e outras instituições precisam também ingressar nisso, fazendo com que nós, não necessariamente com esse rótulo de “autores locais”, tenhamos incentivo das entidades e quem sabe dos governos para que nós cresçamos e saíamos deste momento que estamos, de timidez. A gente precisa ultrapassar essa timidez que já está ficando caracterizadora da nossa realidade literária e cultural no RN. Precisamos ganhar espaços principalmente aqui, porque nem aqui temos um mercado.

O gargalo estaria na distribuição?
Distribuição, divulgação, informações sobre os nossos escritores. A gente precisa criar um mercado e o fato é que esse mercado não existe.

Você não acha que falta uma política para se fortalecer internamente em uma maior conexão entre os escritores e as escolas? Como você vê esse distanciamento entre os produtores de literatura e as escolas?
Felizmente eu acho que isso está mudando um pouco. Por exemplo, eu vejo festivais literários acontecendo dentro das escolas. Nesse ano eu vi dois ou três colégios particulares importantes de Natal fazendo festivais literários e as escolas públicas é que devem ser trabalhadas nisso, ainda  mais porque há o interesse governamental, administrativo, público, político no sentido da melhoria da educação e da cultura do nosso povo. Então, isso precisa de administrações que tenham visões. Eu acredito que Natal está melhor agora. Teve um período muito difícil, todo mundo sabe, que as coisas praticamente não aconteciam.  Agora eu acho que a gente vai caminhar melhor pelo menos por um tempo até que as coisas se solidifiquem. Solidificação de determinadas estratégias, de determinadas políticas e metas a serem cumpridas com o objetivo de nós termos, sim, a valorização da nossa cultura, da nossa literatura, das nossas artes em geral.

Como é a relação dos escritores com as redes sociais? Eles ainda não perceberam que elas chegaram para ficar?
Os que perceberam estão tendo sucesso, divulgando melhor os seus trabalhos.  Eu percebo alguns, que inclusive têm mais de 50 anos e estão na internet, estão se tornando muito mais conhecidas a partir disso. A internet permite que se coloquem textos curtos e é uma forma de divulgar a qualidade literária. É uma mostragem e aquilo ali pode ser elaborado de uma forma melhor. Além disso, existem outros meios na internet que não são as redes sociais, como Twitter e Facebook. Então, hoje a internet, para mim como escritor, tem sido valiosíssima. Meus trabalhos, minhas apresentações, minhas explanações que eu tenho feito, todas elas eu posso divulgar em tempo real e posso ter uma interação imediata com o público, recebendo uma crítica honesta ou uma observação para melhorar meu texto ou um elogio. Tudo isso faz com que a gente perceba como o texto pode ser trabalhado. Na internet você tem que saber filtrar a informação que você vai passar e filtrar a informação que você vai receber, ou então você vai se perder nesse mundo. A literatura pode ser muito bem cuidada na internet, eu vejo grandes escritores do Brasil na internet.

A gente percebe que as redes sociais tornam todo mundo especialista em poucos segundos, inclusive aconteceu uma polêmica muito grande de pessoas muito novas e que não têm noção nenhuma de mundo jurídico comentarem assuntos do Supremo. Como procurador, de que forma você vê isso?
Eu vejo com uma naturalidade. Concordo parcialmente, mas acho que vivemos em um momento democrático. Tem que se permitir isso aí. Agora, há uma banalização. Todo mundo quer entender de tudo, às vezes colocam umas opiniões que não têm sentido nenhum e a gente tem que saber filtrar. Eu não me perturbo mais com algumas observações, eu só me perturbo com má fé. Por exemplo, dizer que o PT criou os black blocks propositalmente pra prejudicar os movimentos sociais. São esses tipos de informações que são totalmente absurdas e terminam desinformando. Inclusive, eu deixei até de comentar sobre política nas redes sociais. Vou tomar minhas posições mais claramente quando chegar perto da campanha política, porque agora nesse intervalo acontece de a gente colocar alguma opinião e obter alguma reação agressiva dos próprios amigos. O fato é que você tem que andar com cuidado ali, pisando em ovos, tateando para não cometer determinados erros estratégicos que acabam te prejudicando.


Foto: Luana Bittencourt

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

E agora, José? José, para onde (em 2014)?

Cefas Carvalho

E agora, José, José para onde?... A poesia de Carlos Drummond de Andrade (musicada por Paulo Diniz) serve para descrever a situação política do José mais conhecido da política potiguar, o senador José Agripino Maia (DEM). Cacique inconteste e reeleito senador em 2010, ele conseguiu no mesmo ano emplacar a governadora Rosalba Ciarlini no Governo do Estado, o que consolidou ainda mais sua liderança nacional no partido e contava com a prefeita de Natal à época, Micarla de Sousa, também apoiada por ele.
Contudo, em três anos Agripino saiu do paraíso político para um inferno astral que poderá se refletir nas urnas em 2014. Amargou o caos administrativo de Micarla e suas rejeições recordes e depois viu a mesma coisa acontecer com Rosalba. Acabou vendo o PMDB – com medo de se associar à Rosalba e ao DEM – se afastar dele. O rompimento do PMDB com o governo Rosalba e consequentemente com o DEM foi um golpe. Piorado pela tendência do peemedebismo a compor com o PT, partido rival do DEM.
Desta forma, o único projeto real de Agripino para 2014 passou a ser a reeleição do filho deputado federal Felipe Maia. Periga nem isso ele conseguir. Para Agripino, a saída do deputado Betinho Rosado do DEM rumo ao PP foi um banho de água fria. Cansado de estar nos planos de Agripino apenas para "fazer esteira", Betinho deixou Agripino sem qualquer outro nome forte no partido para somar os votos aos de Felipe e fazer o coeficiente eleitoral necessário.
Como a coligação na proporcional com o PMDB está descartada, restaria como suspiro a Agripino uma aproximação com o PSB de Wilma de Faria. Resta saber se o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, “abençoaria” esta aliança com o DEM. E saber se Sandra Rosado aceitaria ser “esteira” para Felipe. Nesta somatório de possibilidades Agripino vai ficando cada vez mais isolado às vésperas de 2014.
Não tem nem como “colar” Felipe ao governo. Se o fizer, piora a situação do filho. E ainda terá que amargar os adversários lembrando a todo momento ao eleitorado que Agripino e Felipe apoiaram entusiasticamente Micarla e Rosalba.