sexta-feira, 1 de novembro de 2013

E agora, José? José, para onde (em 2014)?

Cefas Carvalho

E agora, José, José para onde?... A poesia de Carlos Drummond de Andrade (musicada por Paulo Diniz) serve para descrever a situação política do José mais conhecido da política potiguar, o senador José Agripino Maia (DEM). Cacique inconteste e reeleito senador em 2010, ele conseguiu no mesmo ano emplacar a governadora Rosalba Ciarlini no Governo do Estado, o que consolidou ainda mais sua liderança nacional no partido e contava com a prefeita de Natal à época, Micarla de Sousa, também apoiada por ele.
Contudo, em três anos Agripino saiu do paraíso político para um inferno astral que poderá se refletir nas urnas em 2014. Amargou o caos administrativo de Micarla e suas rejeições recordes e depois viu a mesma coisa acontecer com Rosalba. Acabou vendo o PMDB – com medo de se associar à Rosalba e ao DEM – se afastar dele. O rompimento do PMDB com o governo Rosalba e consequentemente com o DEM foi um golpe. Piorado pela tendência do peemedebismo a compor com o PT, partido rival do DEM.
Desta forma, o único projeto real de Agripino para 2014 passou a ser a reeleição do filho deputado federal Felipe Maia. Periga nem isso ele conseguir. Para Agripino, a saída do deputado Betinho Rosado do DEM rumo ao PP foi um banho de água fria. Cansado de estar nos planos de Agripino apenas para "fazer esteira", Betinho deixou Agripino sem qualquer outro nome forte no partido para somar os votos aos de Felipe e fazer o coeficiente eleitoral necessário.
Como a coligação na proporcional com o PMDB está descartada, restaria como suspiro a Agripino uma aproximação com o PSB de Wilma de Faria. Resta saber se o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, “abençoaria” esta aliança com o DEM. E saber se Sandra Rosado aceitaria ser “esteira” para Felipe. Nesta somatório de possibilidades Agripino vai ficando cada vez mais isolado às vésperas de 2014.
Não tem nem como “colar” Felipe ao governo. Se o fizer, piora a situação do filho. E ainda terá que amargar os adversários lembrando a todo momento ao eleitorado que Agripino e Felipe apoiaram entusiasticamente Micarla e Rosalba.

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