terça-feira, 24 de setembro de 2013

Dilma "peita" EUA na ONU e o Brasil, enfim, mostra a sua cara

Cefas Carvalho

Brasil, mostra a sua cara!, já cantou Cazuza em conhecida música que leva o nome do nosso país, tão estropiado, de valores e ética tão relativizados. Pois a cara do Brasil sempre foi a cara da submissão, dos colonizados bonzinhos que trocam ouro por espelhinhos, do povo que acreditou por décadas que o que é bom para os EUA, é bom para o Brasil. Enfim, o país que teve o seu nome trocado pelo da Bolívia pelo presidente americano Ronald Reagan diante da passividade do presidente-general de plantão, Figueiredo, aquele que gostava mais do cheiro de cavalo do que do cheiro do povo e dizia que batia e arrebentava (mas, nos brasileiros, nos americanos, não).
Pois bem, hoje, terça-feira 24 de setembro de 2013, o Brasil mostrou uma outra cara. A cara de quem, justamente, não dá mais a cara para outro bofete. A cara de quem não engole mais o que lhe é jogado goela abaixo.
Coube à presidenta (se ela quer que a chamemos assim, que seja, ora, pois) Dilma Rousseff mostrar essa nova cara. Em um discurso duro, Dilma defendeu nesta terça-feira ao abrir o debate da 68ª Assembleia Geral da ONU, o direito à privacidade dos indivíduos e a soberania das nações ao denunciar a espionagem americana em todo o mundo como uma atividade que fere a lei internacional. Para combater o que descreveu como uma “grave violação dos direitos humanos e das liberdades civis” e uma “afronta aos princípios que devem guiar as relações entre os países”, ela anunciou que o Brasil apresentará propostas para o estabelecimento de um marco civil multilateral para a governança e uso da internet para assegurar a efetiva proteção dos dados que navegam pela internet.
"Na ausência do direito à privacidade, não pode haver verdadeira liberdade de expressão e opinião e, portanto, nenhuma democracia efetiva", afirmou ao abrir o debate da 68ª Assembleia Geral da ONU. "O direito à segurança de cidadãos de um país nunca pode ser garantido pela violação de direitos humanos fundamentais de cidadãos de outro país."
Trocando em miúdos: o tempo de ser capacho dos EUA terminou. Bem tarde, na verdade. Tantos generais, homens com aquilo roxo e doutores pela Sorbonne e nenhum foi capaz de "peitar" os EUA. Coube a uma presidentA, fazê-lo. Antes tarde do que nunca.

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