Cefas Carvalho
Jesus é amor. Amai o próximo. Oferecer a
outra face quando agredido. Esqueça tudo isso. A moda agora entre os
evengélicos modernos (aqueles que invadiram as redes sociais e que acreditam na
pregação on line) é a “Teologia do ódio”. Após os excessos da “Teologia da
prosperidade” (termo criado pelos próprios evangélicos), tão utilizada por
telepastores como R.R. Soares, Valdemiro Santiago, Edir Macedo e Silas Malafaia
(todos milionários, segundo a revista Forbes e as evidências), o que se vê agora
é um movimento de evengélicos que colocam em primeiro lugar o confronto, e em
seguida –se tiver tempo e espaço – a pregação da palavra de deus.
Só assim para explicar o comportamento de
evangélicos nas redes sociais e na internet em geral. Em debates pelo Facebook
e Twitter sobram palavras grosseiras para se referir aos homossexuais – alvos maiores
dos evangélicos modernos - : “Viados”, “bibas”, são os prefeiros. Também
abundam pragas: “Vão apodrecer no inferno”. “Que colham o mal que plantam com
suas abominações”.
O mais curioso é que muitas destas agressões
são feitas por evangélicos em páginas do Facebook, portais e sites de
movimentos específicos ou de estudos, como por exemplo, sobre o ateísmo. Ou seja,
o cidadão evangélico entra em um lugar onde se discute ateísmo, direitos dos
homossexuais ou religião afro para criticar a postura de quem está lá e detilar
rancor e agressões verbais. Imaginemos que homossexuais, ateus e praticantes de
cultos afros entrassem em páginas de Igrejas Pentecostais ou Batistas com o
intuito de dizer que quem está ali não vale nada e merece repúdio.
Em meio a tantos debates nas redes sociais
sobre o que parece configurar uma btalha ideológica entre evengélicos e
militantes pelos direitos dos homossexuais, leio de tudo, excessos,
contemporizações, bom senso, agressões, ironias, palavrões. Mas, duas coisas me
parecem claras: 1) Homossexuais não tentam impedir evangélicos de entrarem em
igrejas, de orar, de crer em deus. Mas, evangélicos tentam impedir direitos dos
homossexuais; 2) Nesta espécie de cruzada contra os homossexuais, os
evengélicos recorrem à ironia, ataques, montagens, falsidades, enfim, ódio,
como o pregado pelo telepastor Silas Malafaia, que parece falar menos de deus e
Jesus do que externar seu horror pela homossexualidade. Resta saber se a “Teologia do ódio” é uma
ideologia gerada pelos tempos atuais ou se é algo premetitado e bem articulado
porque, afinal, gera dinheiro e poder.
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