segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Ambiguidade do PMDB potiguar prestes a ganhar um novo capítulo

Cefas Carvalho

Na descrição de Machado de Assis da personagem Capitu, no romance Dom Casmurro, ela tem o olhar “obliquo e dissimulado”. O próprio amor da personagem tem essas características, insinuado como um amor conveniente e sempre ambíguo.
A analogia com talambiguidade pode ser feita com o PMDB potiguar. Partido com líderes fortes (um ministro - Garibaldi Filho -  e o presidente da Câmara Federeal - Henrique Alves), vem se conduzindo de maneira ambígua no RN, ou, segundo os críticos, de maneira conveniente.
Tanto que o partido, aliado de primeira hora da governadora Rosalba Ciarlini, começa a ventilar a possibilidade de romper. Justamente quando o governo Rosalba parece naufragar, diriam os críticos. Pelo andar da carruagem e se confirmando o rompimento com o DEM (e uma possível aliança com o PT, repetindo a aliança nacional), o PMDB vai dar mais munição a quem classifica o partido como fisiológico, ou, no mínimo, convenviente.
Mas a grande façanha do PMDB potiguar aconteceu na eleição de 2010, quando os dois líderes da legenda, Henrique Alves e Garibaldi Filho apoiaram candidatos distintos para o Governo do Estado, respectivamente Iberê Ferreira de Souza e Rosalba Ciarlini. Rosalba venceu, como se sabe, com o PMDB como aliado. Mas se tivesse vencido Iberê, o PMDB estaria igualmente no Governo.
Na mesma eleição de 2012, outra esquizofrenia peemedebista: Henrique apoiou Dilma Rousseff de maneira explícita, enquanto Garibaldi parecia mostrar simpatia por José Serra (PSDB). Com qualquer um que ganhasse, o PMDB potiguar teria trânsito. Deu Dilma e, como se sabe, Garibaldi foi agraciado com um ministério.




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