terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Câmara de Natal deverá ter polarização e radicalismo

Cefas Carvalho

Polarização e radicalismo. Essa parece ser a tônica que a nova legislatura dará à Câmara Municipal de Natal, a julgar pelas duas primeiras semanas de atividades parlamentares, em convocações extraordinárias para posses e votações.
Dois fatos marcaram esse início de trabalhos na Câmara: a discussão entre Luiz Almir e Marcos do PSOL e a polêmica da votação para a criação de mais 80 cargos comissionados para a Casa.
O primeiro incidente aconteceu no dia 9, quando quando Marcos questionou o número de novos cargos comissionados. Almir ironizou o questionamento e disse que “se alguém estava achando que tinha muito cargo, então que passasse para ele porque tem muita gente pedindo emprego na Zona Norte”.
Marcos respondeu que não era o momento de ironizar. “Gracinha é para ser feita em circo. Eu vim para uma Casa séria”, disse. A vereadora Amanda Gurgel (PSTU) “tomou as dores” de  Marcos e destacou que a discussão do debate era muito séria. Ela citou a ironia feita por Almir, que disse querer os cargos que estivessem sobrando.
Almir respondeu duramente a Amanda: “Ninguém é mais digno e mais pai de família do que eu. Esqueçam Luiz Almir, falo do jeito que eu quero. Esqueçam o meu nome, pelo bem do respeito, da moral e dignidade desta Casa. Não vou aceitar ser insultado por marinheiro de primeira viagem e nem por caroneiro”, disse, em referência a Amanda e Marcos.

Em sequência, no dia 10, houve a votação pelos novos cargos. A Câmara Municipal de Natal, que já tinha 711 funcionários, entre efetivos e comissionados, passa agora a contar com 791 servidores. O plenário aprovou, na noite da quinta-feira (10), por 20 votos favoráveis contra 6 contrários, a criação dos  80 cargos de Assessor Parlamentar Municipal (APM), para atuar nos gabinetes dos oito novos vereadores da Casa. A votação encerrou o período de convocação extraordinária da CMN.
Contudo, vereadores como Marcos, Amanda e outros como Eleika Bezerra (PSDC) e George Câmara (PC do B), se mostraram contrários à criação dos cargos. Sandro Pimentel (PSOL) entrou com uma representação pedindo que os cargos fossem criados para ocupação através de concurso público.
Os dois episódios mostram que a Câmara será polarizada. Existe nitidamente um grupo formado por vereadores do PSTU e PSOL que terão linha semelhante à atuação de George, Eleika e os do PT (Fernando Lucena e Hugo Manso).
Em contrapartida, vereadores já antigos na Casa ou que retornaram (caso de Almir) deverão assumir posições mais conservadoras e sem ousadias quanto ao mecanismo da casa. Na prática, deverá haver uma bancada "conservadora", interessada em manter o mesmo mecanismo que o Legislativo natalense vive há décadas e uma bancada "radical", disposta a reformular vicios antigos da Casa e fazer jus ao que prometeu ao eleitor durante a campanha. Com a polarização, será dificil a vida dos edis que quiserem ficar “em cima do muro”.




Fotos: Divulgação

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