Rômulo Estanrley
Para os fãs de quadrinhos de super-heróis nos anos 1970 e
1980, o maior sonho era ser desenhista dos seus personagens prediletos, sejam
da DC Comics ou Marvel. Passados mais de trinta anos, esse sonho já se tornou
realidade para alguns, pois mais de cinquenta artistas brasileiros desenham
para as majors norte-americanas da nona arte. E um deles esteve em
Natal, dias atrás.
Trata-se de Eddie Barrows (ou Eduardo Barros), desenhista do
Super-Homem, Asa Noturna, Jovens Titãs e exclusivo da DC Comics. Ele esteve em
Natal, nos dias 5 e 6 de julho, no evento HQ Zone, no Praia Shopping, na
estrada de Ponta Negra, para lançar o seu sketch book, que soma seus 9 anos de
DC Comics (seu contrato foi renovado até 2015) e vender artes originais
autografadas. Além dele marcaram presença os potiguares Gabriel Andrade Jr.
(Aliens, Die Hard, Lady Death, Ferals) e Wendell
Cavalcanti (The Adventures of Paula Peril, The Undertaker´s
daughter, O Duque, Cajun, BlackAcre), e o cearense radicado em Natal, Geraldo
Borges (Mulher-Maravilha, Liga da Justiça, Tropa dos Lanternas Verdes, Asa
Noturna). O evento se encerrará nesta segunda-feira, dia 15.
Barrows, que é natural de Belém/PA e morador de Belo
Horizonte (MG), ministrou uma palestra sobre a montagem de um portfólio bem elaborado,
que segundo ele, chama a atenção dos editores. Para isso, é necessária uma
história curta de cinco ou seis páginas que mostre todo o potencial do artista,
artes de capas e pin-ups. O intuito foi mostrar “porque em sua vida só fez seis
páginas de testes”, brincou.
Antes, o artista participou de uma mesa redonda com os
colegas do RN. Indagado sobre como conquistou a vaga de desenhista do primeiro
dos super-heróis, Eddie Barrows disse que o artista precisa construir sua
carreira, “sentado no corredor, e não sentado numa janela”. Mencionou que, na
DC Comics, os Titãs projetaram-no para frente, que por consequência o levou ao
Super-Homem.
Sobre quantas páginas desenha por mês, Barrows respondeu com
bom humor: “Depende do desespero!”. Mas revelou que já chegou a desenhar quatro
páginas em dois dias.
Barrows acredita que a nona arte brasileira terá uma
indústria sólida no futuro, pois sempre que participa em eventos vê novos
artistas lançando suas revistas – de boa qualidade – e muitos leitores jovens.
“O Brasil é o terceiro maior consumidor de quadrinhos do mundo”, afirmou,
mencionando que a Mônica Jovem é o quadrinho que mais vende no mundo, inclusive
superando os super-heróis.
Talentos – desenhistas e escritores –, o Brasil tem de
sobra, diz Barrows. “O que falta são editores e empresários do mundo da
literatura que tenham essa visão. Além disso, não existe uma lei de incentivo à
leitura”.
O HQ Zone é uma promoção do Praia Shopping, PortalGHQ e o
Quadrinhos – estúdio e escola de desenho.
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