terça-feira, 4 de junho de 2013

Sandro Fortunato e as Mulheres de Fellini em livro

Cefas Carvalho

Cinéfilo incurável, o jornalista Sandro Fortunato – já prestigiado local e nacionalmente pelo site Memória Viva (memoriaviva.com.br ) há 15 anos no ar – bancou um sonho pessoal e o tornou realidade: imortalizar no papel impresso, como livro, sua paixão pelo genial cineasta italiano Federico Fellini. Mais que isso, pelas musas fellinianas, as mulheres que marcaram a cinematografia do mestre.
Sandro lança nesta terça-feira dia 6 na Livraria Nobel da avenida Salgado Filho, em Natal, a partir das 19h o livro Mulheres de Fellini nos anos 1950, primeiro livro de uma trilogia perfazendo as demais décadas de produção felliniana. Sandro planeja lançamentos do livro no Rio de Janeiro e em São Paulo em breve. O autor conversou com o blog Impressão sobre o livro, Fellini e o processo criativo. 

Por que escrever sobre Fellini?
Sou fascinado por Fellini há uns 25 anos. Meu primeiro Fellini foi Ginger e Fred e, logo depois, Amarcord, ambos em VHS, no final dos anos 80. A partir daí, vi todos os filmes e li todos os livros publicados sobre ele no Brasil. Em 2005, dei um mergulho maior no universo de Fellini quando fui todos os dias, durante duas semanas, para a exposição Circo Fellini, em Brasília. Fotos, desenhos, cartazes, figurinos e exibição de quase todos os filmes. Em 2008, resolvi rever todos os filmes, pela primeira vez em ordem cronológica, e fazer anotações sobre eles. Isso tomou um volume enorme. Como já tinha visto todos várias vezes, mais e mais detalhes pulavam aos meus olhos. Achei que o resultado deveria ser dividido com outras pessoas, principalmente com as gerações mais novas, criadas com aqueles clipes gigantescos, neuróticos, cheios de explosões, carros voando e sangue jorrando, que Hollywood chama de cinema. Tirando o catálogo da exposição "Tutto Fellini", que passou por Rio e São Paulo no ano passado, desde 1994 não se publicava um livro só sobre Fellini e sua obra no Brasil. É aí que eu entro.

Como foi o processo criativo e a formatação do livro em si?
Comecei a pedir que alguns conhecidos assistissem aos filmes. Em alguma ocasiões, reuni amigos para assistirmos juntos e discutir em seguida. Isso serviu para encontrar uma forma de falar sobre os filmes de uma forma que qualquer um entendesse e não apenas para "tarados" por Fellini. O livro serve como guia para mostrar que nada está ali à toa. Cada gesto, cada fala, casa placa ou personagem passando ao fundo tem sua função. O interessante é que, um ávido leitor, que sempre digo para ler primeiro o livro e só depois ver o filme, acabei produzindo algo que funciona ao contrário! Portanto, vejam os filmes e só depois leiam o livro. E depois vejam os filmes outra vez. Aprendendo com Fellini, nenhum outro filme será visto da mesma maneira.

 


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