quarta-feira, 15 de maio de 2013

Dramaturgo e diretor Junior Dalberto fala sobre sucesso de "O velório..." e projetos para o futuro


Dramaturgo e diretor teatral, Junior Dalberto alterna uma prolífica produção teatral com um blog prestigiado onde posta contos, crônicas e textos teatrais que, não raro, ganham os palcos. Em entrevista ao jornalista Cefas Carvalho para este blog Impressão, Junior Dalberto falou sobre a possível última apresentação da comédia O velório da Marquesa di Fátimo, sobre novos projetos e cultura local. Confira:



O espetáculo O velório da Marquesa di Fátimo fez no último sábado dia 11 mais uma apresentação. Qual o segredo de tantas apresentações e tanto sucesso?


Acredito que o texto já haver “bombado” na internet facilitou bastante e aguçou a curiosidade das pessoas. A adaptação para o palco também foi bem feliz e agradou de cheio a platéia. O elogio do texto da diva Angela RoRo, que me descobriu pela internet, ajudou, pois ela  falou isso diante do seu público no teatro Riachuelo. Há o elenco afinado, produção experiente de Lula Belmont, muitos fatores.  Acredito que a mistura de tudo isso; e lembrando que o público gosta de dar boas gargalhadas, fez nascer á comédia de 2012! O divertido é que muita gente não deixa de voltar e rir das mesmas situações!


Qual a estimativa de publico que assistiu à peça até agora?

Aproximadamente, segundo a produção mais de 6 mil pessoas.



A peça é uma comédia, mas tem momentos sérios de reflexão sobre a realidade dos homossexuais e travestis. Como é trabalhar com esse gráfico de sensações?


Eu, como escritor e dramaturgo, costumo focar meus trabalhos em algo reflexivo, tento colocar idéias positivas, questionar situações, provocar, sempre da maneira mais real possível. Em minhas andanças, descobri que o melhor é rir das nossas agruras, tirar a pedra do caminho, seguir em frente, nossos medos são só nossos e quem faz a nossa historia somos nos mesmos. Tento colocar essas e outras lições nos personagens de forma sutil ou feito cutiladas mesmo...


O texto e o estilo da peça favorecem “cacos” e participação ampla do elenco. Até que ponto os atores colaboraram com o texto final e com o resultado no palco?


A principio não gosto de cacos, no caso do Velório da Marquesa, mais atrapalha do que ajuda. Mas quando é um "caco inteligente" eu aceito, normalmente gosto de dirigir em acordo com o texto, mas sou bem maleável com novidades, e só trabalho com atores em que rola sintonia.


Foi a última apresentação do Velório em Natal ou outras virão?

Acredito, Cefas, que essa realmente foi a última apresentação. Estou cansado e com três projetos em andamento, uma correria.



Existem planos da peça “bater mundo”, pelo menos em termos de Nordeste?


Existem convites, mas isso é com a produção, eu não preciso estar presente para essas apresentações, se surgirem.


 Fale sobre seu próximo projeto, o espetáculo Borderline e demais projetos...


Borderline, um desnudar de Alma é um espetáculo com o ator Jose Neto Barbosa, é um texto de minha autoria em que também faço a direção cênica. E um desafio! Um personagem que vive literalmente no limite, inspirado em um transtorno psíquico, vou desnudando emoções, desejos, loucuras, sanidades e insanidades em uma linguagem voltada a um mundo atual ciber cruel, inodoro, insípido. Inquietante e bem presente nas nossas vidas. Estrearemos em Julho no TCP (Teatro de cultura Popular). Estou também levando o espetáculo Titina e a Fada dos Sonhos para o teatro Riachuelo no próximo dia 2 de junho em uma parceria maravilhosa da "Opus Entretenimentos" com ingressos vendidos a preços populares, iniciando a RS 25,00 (estudantes). Estou com o livro (pronto) de contos "Cangaço e o Carcará Sanguinolento" para lançamento a qualquer momento por um grande incentivador da cultura potiguar e novamente "distribuição de livros gratuitamente". Participei do edital "literatos potiguares" para a segunda edição revisada do Livro Pipa voada sobre brancas dunas que foi totalmente aprovado pela Fundação Jose Augusto e estou no aguardo para que se edite e distribuam "gratuitamente" para as bibliotecas da cidade e Estado. E vamos que vamos com a cultura!


2 comentários:

  1. Acredito que a sensibilidade de Júnior para o humano, para causas sempre atuais, resvalam em uma inquietante e profunda lição sobre cada um de nós. É um talento nato e promete muita coisa digna na nossa cena cultural. Parabéns, Jr., o RN agradece!

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  2. O Wellinnton sintetizou muito bem. A obra de Junior Dalberto consegue mergulhar nas emoções que todos nós vivemos e muitas vezes não conseguimos entende-las. É impressionantemente a forma que como o Autor concebe suas personagens, com riqueza de sentimentos e aflições, nos levando as mais diversas reflexões. Grande abraço Jr.

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