Dramaturgo e diretor teatral,
Junior Dalberto alterna uma prolífica produção teatral com um blog prestigiado
onde posta contos, crônicas e textos teatrais que, não raro, ganham os palcos.
Em entrevista ao jornalista Cefas Carvalho para este blog Impressão, Junior
Dalberto falou sobre a possível última apresentação da comédia O velório da
Marquesa di Fátimo, sobre novos projetos e cultura local. Confira:
O espetáculo O velório da Marquesa
di Fátimo fez no último sábado dia 11 mais uma apresentação. Qual o segredo de
tantas apresentações e tanto sucesso?
Acredito que o
texto já haver “bombado” na internet facilitou bastante e aguçou a curiosidade
das pessoas. A adaptação para o palco também foi bem feliz e agradou de cheio a
platéia. O elogio do texto da diva Angela RoRo, que me descobriu pela internet,
ajudou, pois ela falou isso diante do seu
público no teatro Riachuelo. Há o elenco afinado, produção experiente de Lula
Belmont, muitos fatores. Acredito que a
mistura de tudo isso; e lembrando que o público gosta de dar boas gargalhadas,
fez nascer á comédia de 2012! O divertido é que muita gente não deixa de voltar
e rir das mesmas situações!
Qual a estimativa de publico que assistiu à peça até agora?
Aproximadamente,
segundo a produção mais de 6 mil pessoas.
A peça é uma comédia, mas tem
momentos sérios de reflexão sobre a realidade dos homossexuais e travestis.
Como é trabalhar com esse gráfico de sensações?
Eu, como
escritor e dramaturgo, costumo focar meus trabalhos em algo reflexivo, tento
colocar idéias positivas, questionar situações, provocar, sempre da maneira mais
real possível. Em minhas andanças, descobri que o melhor é rir das nossas
agruras, tirar a pedra do caminho, seguir em frente, nossos medos são só nossos
e quem faz a nossa historia somos nos mesmos. Tento colocar essas e outras
lições nos personagens de forma sutil ou feito cutiladas mesmo...
O texto e o estilo da peça
favorecem “cacos” e participação ampla do elenco. Até que ponto os atores colaboraram
com o texto final e com o resultado no palco?
A principio não
gosto de cacos, no caso do Velório da Marquesa, mais atrapalha do que ajuda.
Mas quando é um "caco inteligente" eu aceito, normalmente gosto de
dirigir em acordo com o texto, mas sou bem maleável com novidades, e só
trabalho com atores em que rola sintonia.
Foi a última apresentação do Velório em Natal ou outras virão?
Acredito, Cefas,
que essa realmente foi a última apresentação. Estou cansado e com três projetos
em andamento, uma correria.
Existem planos da peça “bater
mundo”, pelo menos em termos de Nordeste?
Existem
convites, mas isso é com a produção, eu não preciso estar presente para essas
apresentações, se surgirem.
Fale sobre seu próximo projeto, o espetáculo
Borderline e demais projetos...
Borderline, um
desnudar de Alma é um espetáculo com o ator Jose Neto Barbosa, é um texto de
minha autoria em que também faço a direção cênica. E um desafio! Um personagem
que vive literalmente no limite, inspirado em um transtorno psíquico, vou
desnudando emoções, desejos, loucuras, sanidades e insanidades em uma linguagem
voltada a um mundo atual ciber cruel, inodoro, insípido. Inquietante e bem
presente nas nossas vidas. Estrearemos em Julho no TCP (Teatro de cultura
Popular). Estou também levando o espetáculo Titina e a Fada dos Sonhos para o teatro
Riachuelo no próximo dia 2 de junho em uma parceria maravilhosa da "Opus
Entretenimentos" com ingressos vendidos a preços populares, iniciando a RS
25,00 (estudantes). Estou com o livro (pronto) de contos "Cangaço e o
Carcará Sanguinolento" para lançamento a qualquer momento por um grande
incentivador da cultura potiguar e novamente "distribuição de livros
gratuitamente". Participei do edital "literatos potiguares" para
a segunda edição revisada do Livro Pipa voada sobre brancas dunas que foi
totalmente aprovado pela Fundação Jose Augusto e estou no aguardo para que se
edite e distribuam "gratuitamente" para as bibliotecas da cidade e
Estado. E vamos que vamos com a cultura!
Acredito que a sensibilidade de Júnior para o humano, para causas sempre atuais, resvalam em uma inquietante e profunda lição sobre cada um de nós. É um talento nato e promete muita coisa digna na nossa cena cultural. Parabéns, Jr., o RN agradece!
ResponderExcluirO Wellinnton sintetizou muito bem. A obra de Junior Dalberto consegue mergulhar nas emoções que todos nós vivemos e muitas vezes não conseguimos entende-las. É impressionantemente a forma que como o Autor concebe suas personagens, com riqueza de sentimentos e aflições, nos levando as mais diversas reflexões. Grande abraço Jr.
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