sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Prefeitos do interior do RN percebem que vale a pena divulgar chegada de estrangeiros do Mais Médicos

Cefas Carvalho

Após polêmicas, campanhas difamatórias na mídia e na internet, e até episódios como o da vaia aos médicos estrangeiros recém-chegados, o programa federal Mais Médicos parece ter passado da desconfiança para a aprovação. Pelo menos é o que se percebe em relação aos prefeitos potiguares, que, descobrindo que os médicos estrangeiros do programa estão sendo aceitos pela população, decidiram transformar a chegada desses médicos em objeto de publicidade institucional.
Nada contra. Afinal, a contrapartida de hospedagem e alimentação dos profissionais é dada pelas prefeituras. Mas, o fato mostra que os prefeitos, com visão política acurada, perceberam rapidamente que o Mais Médicos está sendo bem avaliado pela população, em participar a mais carente, alvo preferencial do programa.
Em João Câmara, por exemplo, o prefeito Ariosvaldo Targino (Vavá), a secretária Andrelúcia Cordeiro, vereadores e a equipe de saúde do município receberam em solenidade o médico cubano Rafael Castro Ruiz que faz parte do Programa.
Castro, já está com residência fixa na cidade e a atende de segunda à sexta-feira no ESF-6, no bairro Bela Vista.
A secretária Andrelúcia Cordeiro comemorou a chegada do novo profissional. “Para nós hoje é o primeiro de muitos dias de alegria de poder contar com o médico a qualquer hora”, comentou.
Em Lajes, o prefeito Benes recebeu  um profissional cubano que traz em sua bagagem uma ampla experiência no seio da medicina internacional, com métodos fáceis e seguros. Trata-se de Osmel Ramos Luiz, que foi recebido pelas autoridades e pela população.
 O município de Ielmo Marinho, graças a esforços por parte da Secretaria Municipal de Saúde, foi contemplado com a vinda de um médico também cubano pertencente ao Programa Mais Médicos, do Governo Federal. Yuleisy Torres Valiente, 40 anos.
Formado em Medicina há 13 anos, Yuleisy é especialista em medicina familiar. Casado, é pai de dois filhos. Mulher e crianças ficaram em Cuba. O médico já tem experiência em trabalhar fora de seu país. Por seis anos - entre 2004 e 2009 -, o cubano esteve na Venezuela.
Comum entre as chegadas dos médicos, é o fato de que elas foram devidamente registradas e noticiadas. Para os prefeitos, a chegada de médicos preparados com aval do Governo Federal (e pagos por ele) com contrapartida municipal, tornou-se trunfo tanto administrativo como eleitoral.
Éa prova que o Mais Médicos venceu as polêmicas iniciais e começou a ser visto pela população (logo, pelos líderes políticos) como um atenuante no caos crônico que é a saúde pública brasileira.


Mais Médicos: RN recebe 148 profissionais em 2013
O Programa Mais Médicos, do Governo Federal, encerrou o ano de 2013 com 148 profissionais atuando no Rio Grande do Norte, atendendo 510,6 mil habitantes em 87 municípios. Deste total, 15 são médicos formados no Brasil, e 133 no exterior. Em todo o país, pelo menos 6.658 profissionais estão atuando no interior e em áreas pobres, atendendo cerca de 23 milhões de brasileiros. “O Mais Médicos é uma resposta às necessidades da população, que sempre reivindicou a melhoria da saúde em nosso país. O Governo está ouvindo esses pleitos e se esforçando para melhorar o atendimento de saúde do Brasil”, declarou a presidenta da República, Dilma Rousseff.
No início de 2014, o programa contará com mais profissionais, participantes do terceiro ciclo de adesão, cuja fase seleção ainda está em curso. Esses médicos devem iniciar suas atividades ainda em janeiro, se formados no Brasil, e em fevereiro, no caso de diplomados no exterior. Nesta etapa, estão sendo contemplados municípios que ainda não receberam nenhum profissional do Programa Mais Médicos.
O programa
Lançado em 8 de julho de 2013  pelo Governo Federal, o Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do SUS, com o objetivo de ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país e acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde.
Os médicos participantes estão trabalhando na atenção básica de 2.177 municípios brasileiros e em 28 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Dentre as cidades atendidas, 69% (1.222) apresentam mais de 20% da população em situação de pobreza extrema e concentram quase metade dos profissionais do programa (2.916). A meta do Ministério da Saúde é chegar, até março de 2014, a 13 mil médicos, atingindo, assim, 45,5 milhões de brasileiros.
Além dos municípios com população em extrema pobreza, também foram contemplados com profissionais do programa 25 capitais (861 médicos), 363 regiões metropolitanas (1.292 médicos) e 92 municípios com mais 80 mil habitantes e menor renda per capita do país (809 médicos). Outros 124 profissionais estão trabalhando em 28 distritos indígenas e 656 em localidades que não se enquadram nos perfis anteriores.
Os profissionais  recebem bolsa de R$ 10 mil por mês e ajuda de custo pagos pelo Ministério da Saúde.
Os municípios ficam responsáveis por garantir alimentação e moradia aos selecionados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário